Mulher na porta do corredor

O Transtorno de Personalidade Borderline e a Possibilidade de Tratamento

Laura Guerra – Psicóloga Clínica – CRP 01 8482

Prevalência e Impacto na Vida dos Indivíduos

Estudos epidemiológicos indicam que o TPB afeta cerca de 1–2% da população geral e é mais frequentemente diagnosticado em mulheres, embora também acometa homens em número significativo (LIEB et al., 2004). O transtorno costuma se manifestar no final da adolescência ou início da idade adulta e, sem tratamento, pode manter-se de forma crônica, com importantes oscilações de intensidade dos sintomas ao longo do tempo (ZANARINI et al., 2003).

A instabilidade emocional típica do TPB leva a flutuações extremas no humor, muitas vezes ao longo de um mesmo dia, comprometendo o bem-estar subjetivo e a capacidade de planejamento. As relações interpessoais tendem a ser intensas e instáveis, marcadas por idealização e desvalorização, medo de abandono e explosões de raiva. Isso pode resultar em rompimentos frequentes, isolamento social e dificuldades em manter vínculos afetivos mais estáveis (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014).

No campo dos comportamentos, impulsividade em áreas potencialmente danosas é muito comum, incluindo automutilação, abuso de substâncias, compulsividade em alimentação ou sexualidade e atitudes de risco em geral. Esses comportamentos aumentam a chance de complicações médicas, legais e sociais. O risco de suicídio é significativamente elevado, com uma proporção importante de pacientes apresentando tentativas de suicídio ao longo da vida (LIEB et al., 2004). Tudo isso torna essencial o diagnóstico precoce e o manejo adequado.

Diagnóstico Diferencial e Comorbidades Comuns

O diagnóstico de TPB é feito com base nos critérios do DSM-5, que descreve um padrão persistente de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e na afetividade, acompanhado de impulsividade marcante (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Diferenciar o TPB de outros quadros é um passo delicado e fundamental – especialmente de transtornos de humor, como o transtorno bipolar, e de outros transtornos de personalidade.

Enquanto o transtorno bipolar é marcado por episódios bem delimitados de mania ou hipomania, alternando com depressão, no TPB a oscilação afetiva é mais reativa a eventos interpessoais e menos organizada em episódios claros. Já em relação aos outros transtornos de personalidade, o TPB costuma se destacar pela intensidade da angústia, pela impulsividade e pelo medo de abandono (LIEB et al., 2004; GUNDERSON, 2014).

Além disso, o TPB frequentemente coexiste com depressão maior, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares e abuso de substâncias. Essas comorbidades complicam a apresentação clínica e o tratamento, exigindo uma abordagem integrada que considere tanto o transtorno de personalidade quanto os outros diagnósticos associados (LIEB et al., 2004; ZANARINI et al., 2003).


Etiologia do Transtorno de Personalidade Borderline

Fatores Genéticos e Hereditários

A pesquisa em genética comportamental mostra que o TPB tem uma componente hereditária significativa, com estudos de gêmeos indicando herdabilidade moderada, em torno de 40–60% (TORGERSEN et al., 2000). Isso significa que certas vulnerabilidades emocionais e de temperamento podem ser transmitidas geneticamente, aumentando a probabilidade de desenvolvimento do transtorno em contextos ambientais adversos.

Alguns estudos sugerem o envolvimento de sistemas neurotransmissores, como o serotoninérgico, na impulsividade e na labilidade afetiva típicas do TPB, embora não exista um “gene do borderline”. O quadro surge, em geral, da interação entre predisposições biológicas inespecíficas e experiências de vida marcantes (SKODOL et al., 2002).

Influências Neurobiológicas e Anomalias Cerebrais

No campo da neurobiologia, estudos de neuroimagem têm mostrado padrões de funcionamento alterado em regiões cerebrais envolvidas na regulação emocional. Observa-se, em muitos pacientes com TPB, uma hiper-reatividade da amígdala – região ligada ao medo, à ameaça e à detecção rápida de estímulos emocionais – e uma ativação reduzida de áreas do córtex pré-frontal vinculadas ao controle inibitório e ao planejamento (MINZENBERG et al., 2008).

Alguns achados também apontam para alterações em estruturas como hipocampo e amígdala em pacientes com histórico de abuso infantil e TPB, sugerindo uma possível associação entre trauma precoce, estresse crônico e remodelação dessas áreas (SCHMAHL et al., 2003). Esses dados reforçam a ideia de que o cérebro é profundamente sensível ao ambiente relacional e às experiências emocionais ao longo do desenvolvimento.

Contribuições Psicológicas e Traumas na Infância

Do ponto de vista psicológico, é alta a frequência de experiências traumáticas na infância em pacientes com TPB, incluindo abuso físico, emocional ou sexual e situações de negligência grave. Essas vivências tendem a comprometer o desenvolvimento de um apego seguro com as figuras cuidadoras, favorecendo padrões relacionais marcados por desconfiança, medo de abandono, oscilação entre idealização e desvalorização e dificuldade em manter uma imagem estável de si (FONAGY et al., 2000).

Autores que trabalham com o conceito de mentalização – a capacidade de compreender a si e aos outros em termos de estados mentais – sugerem que ambientes imprevisíveis e pouco sensíveis às necessidades emocionais da criança podem fragilizar o desenvolvimento dessa capacidade, predispondo à desregulação afetiva e aos padrões relacionais caóticos que vemos no TPB (FONAGY et al., 2000).

Fatores Ambientais e Epigenéticos

Além da genética e das experiências precoces, entram em cena os fatores epigenéticos: mecanismos biológicos que regulam a expressão dos genes sem alterar a sequência do DNA. Estudos em modelos animais e humanos demonstram que o estresse precoce – incluindo cuidados maternos inconsistentes ou ambientes extremamente estressantes – pode modificar padrões de metilação em genes relacionados ao eixo do estresse, influenciando a sensibilidade futura à ansiedade, ao medo e à desregulação emocional (MEANEY; SZYF, 2005).

Isso significa que um ambiente familiar caótico, com violência, invalidação crônica ou ausência de suporte, pode “marcar” o organismo, aumentando a vulnerabilidade a quadros como o TPB. Por outro lado, ambientes de cuidado mais estáveis e relações terapêuticas consistentes podem, ao longo do tempo, favorecer mudanças epigenéticas em direção à maior resiliência (MEANEY; SZYF, 2005).


A Possibilidade de Tratamento

Apesar de ser um transtorno complexo e frequentemente estigmatizado, hoje sabemos que o TPB é tratável. Com intervenções adequadas, muitos pacientes apresentam melhora significativa na qualidade de vida, na capacidade de regular emoções e no modo como se relacionam com os outros (LIEB et al., 2004; ZANARINI et al., 2003).

As evidências atuais indicam que abordagens psicoterapêuticas estruturadas, aliadas a um manejo psiquiátrico cuidadoso quando necessário, podem reduzir comportamentos autodestrutivos, tentativas de suicídio, internações e melhorar o funcionamento global. Em termos neurobiológicos, fala-se cada vez mais em plasticidade neuronal e em possíveis efeitos epigenéticos da terapia, ou seja, mudanças duradouras tanto na organização psíquica quanto nos circuitos cerebrais relacionados à emoção e ao estresse (MEANEY; SZYF, 2005; MINZENBERG et al., 2008).

Formas de Tratamento Baseadas na Psicanálise

Terapia Focada na Transferência (TFP)

A Terapia Focada na Transferência (TFP), desenvolvida por Otto Kernberg e colaboradores, é uma abordagem psicanalítica específica para transtornos de personalidade graves, especialmente o TPB. A TFP parte da ideia de que o paciente vive organizado em torno de representações internas divididas de si e dos outros (idealizadas ou persecutórias), que se repetem nas relações atuais, inclusive na relação com o terapeuta (CLARKIN; YEOMANS; KERNBERG, 2006).

O foco do tratamento é justamente analisar essas experiências emocionais à medida que aparecem na transferência – isto é, na relação paciente–terapeuta – ajudando o paciente a integrar aspectos contraditórios do self e dos outros. Estudos clínicos mostram que a TFP pode reduzir impulsividade, comportamentos autodestrutivos e melhorar a estabilidade da identidade em pacientes borderline (CLARKIN et al., 2007).

Terapia Baseada na Mentalização (MBT)

A Terapia Baseada na Mentalização (MBT), criada por Anthony Bateman e Peter Fonagy, é uma abordagem que também tem como alvo principal o TPB. Ela parte da ideia de que, em contextos de apego traumático ou extremamente instável, a capacidade de mentalizar fica comprometida, e o indivíduo tende a reagir de forma impulsiva e concreta às emoções (BATEMAN; FONAGY, 2004; FONAGY et al., 2000).

Na MBT, terapeuta e paciente trabalham em conjunto para nomear, explorar e compreender estados mentais – emoções, pensamentos, intenções – tanto do paciente quanto das figuras significativas em sua vida. O objetivo é aumentar a capacidade de refletir antes de agir, sustentar a ambivalência e lidar com conflitos internos e interpessoais sem recorrer a soluções autodestrutivas. Estudos de seguimento mostram que a MBT reduz comportamentos autolesivos, melhora a regulação afetiva e favorece a construção de relações mais estáveis (BATEMAN; FONAGY, 2008).

Princípios e Técnicas em Comum

Embora TFP e MBT tenham diferenças teóricas importantes, ambas compartilham alguns pontos centrais:

  • oferecem um enquadre claro e consistente;
  • trabalham intensamente com a relação terapêutica;
  • ajudam o paciente a dar sentido às próprias experiências emocionais;
  • visam integrar aspectos dissociados da identidade.

Na TFP, o foco recai na análise da transferência e das representações internas de objeto. Na MBT, o eixo é a mentalização – a capacidade de pensar sobre o que se sente e sobre o que o outro pode estar sentindo. Nos dois casos, trata-se de criar um espaço em que o paciente borderline possa experimentar uma relação suficientemente estável para revisar seus modelos internos de vínculo (CLARKIN; YEOMANS; KERNBERG, 2006; BATEMAN; FONAGY, 2004).

Eficácia das Terapias Psicanalíticas Estruturadas

Estudos controlados indicam que tanto TFP quanto MBT têm eficácia significativa no tratamento do TPB. Pacientes submetidos a esses modelos mostram redução em tentativas de suicídio, internações, impulsividade e sintomas depressivos, além de melhorias em funcionamento social e ocupacional (CLARKIN et al., 2007; BATEMAN; FONAGY, 2008).

Do ponto de vista clínico, observa-se que, com o tempo, pacientes antes presos em ciclos repetitivos de autolesão e rompimentos abruptos passam a construir narrativas mais coesas sobre si mesmos, a reconhecer emoções complexas e a estabelecer vínculos mais duradouros e menos caóticos.


Um Outro Modelo de Tratamento: Bom Gerenciamento Psiquiátrico (GPM)

O Bom Gerenciamento Psiquiátrico (Good Psychiatric Management – GPM), proposto por John Gunderson, é um modelo de manejo clínico pragmático para o TPB. Ele foi desenvolvido como uma alternativa mais acessível e fácil de ser implementada em serviços de saúde mental gerais, sem exigir formação intensiva em um modelo psicoterapêutico específico (GUNDERSON, 2014).

O GPM enfatiza psicoeducação, validação emocional, foco em objetivos de vida, manejo de crises e coordenação do cuidado, podendo ser combinado com outras abordagens psicoterapêuticas mais profundas. Não se propõe a reestruturar toda a personalidade, mas a oferecer estabilidade e direção para o paciente, reduzindo comportamentos de risco e ajudando a manter o engajamento em tratamento (GUNDERSON, 2014).


Como a Terapia Atua no Transtorno de Personalidade Borderline

Alterações Epigenéticas Induzidas pela Terapia

A ideia de que a terapia pode “mudar o cérebro” deixou de ser metáfora. Pesquisas em epigenética sugerem que ambientes relacionais estáveis, como uma psicoterapia consistente, podem modular a expressão de genes envolvidos na resposta ao estresse e na regulação emocional (MEANEY; SZYF, 2005). Em termos clínicos, isso significa que experiências de cuidado, continuidade e elaboração simbólica podem, com o tempo, atenuar os efeitos de traumas precoces.

Quando o paciente borderline encontra, no setting terapêutico, um ambiente de “holding” – nos termos de Winnicott – e de “contenção” – nos termos de Bion –, abre-se a possibilidade de reescrever algumas dessas marcas epigenéticas por meio de novas experiências emocionais.

Plasticidade Neuronal e Reorganização Psíquica

A neurociência também nos mostra que o cérebro mantém capacidade de plasticidade ao longo da vida. Relações e experiências emocionalmente significativas – como as que ocorrem na terapia – podem fortalecer circuitos relacionados à reflexão, à regulação emocional e ao controle de impulsos (MINZENBERG et al., 2008).

Na clínica, isso se traduz em: menor impulsividade, maior tolerância à frustração, capacidade mais desenvolvida de mentalizar e de integrar aspectos antes dissociados do self. O paciente passa a ter mais recursos internos para lidar com a angústia sem recorrer, obrigatoriamente, à autolesão ou à ruptura de vínculos (FONAGY et al., 2000; BATEMAN; FONAGY, 2008).


Grupos de Apoio para Familiares e Pacientes

A Importância do Suporte Familiar

O sofrimento relacionado ao TPB não se restringe à pessoa diagnosticada. Familiares frequentemente se sentem sobrecarregados, confusos e culpados. Quando recebem informação clara e apoio, podem se tornar aliados fundamentais do tratamento, ajudando a construir um ambiente mais previsível e menos reativo (ZANARINI et al., 2003; GUNDERSON, 2014).

Recursos e Organizações de Apoio

Grupos de apoio para familiares e pacientes oferecem um espaço de escuta e partilha, no qual é possível trocar experiências e aprender estratégias mais funcionais de convivência. Alguns desses grupos, inspirados em modelos psicodinâmicos, convidam à reflexão sobre vínculos, fantasias inconscientes e modos de lidar com a angústia – tanto do paciente quanto de quem convive com ele (FONAGY et al., 2000).

Benefícios da Participação em Grupos

Participar de grupos pode reduzir o sentimento de solidão, favorecer a empatia e criar uma rede de suporte. Para pacientes, os grupos ampliam a capacidade de simbolizar experiências emocionais e de reconhecer o outro como um sujeito também marcado por limites e fragilidades. Em termos psicanalíticos, o grupo pode funcionar como uma “matriz continente”, ajudando a metabolizar emoções caóticas e a construir novas formas de estar no mundo (BATEMAN; FONAGY, 2004).


Conclusão

O Transtorno de Personalidade Borderline é uma condição complexa, enraizada em vulnerabilidades biológicas, experiências traumáticas precoces e padrões relacionais marcados por instabilidade e angústia intensa. No entanto, longe de ser um “destino selado”, o TPB responde a tratamentos bem estruturados, especialmente quando há uma combinação de conhecimento técnico, continuidade do cuidado e um olhar verdadeiramente interessado pela subjetividade do paciente.

Abordagens psicanalíticas como a TFP e a MBT, o modelo de Bom Gerenciamento Psiquiátrico e o investimento em redes de apoio e psicoeducação mostram que é possível promover não apenas alívio sintomático, mas transformações profundas na organização psíquica, nos vínculos e no sentido de si mesmo (CLARKIN; YEOMANS; KERNBERG, 2006; BATEMAN; FONAGY, 2008; GUNDERSON, 2014).

Cuidar de alguém com TPB – ou cuidar de si mesmo carregando esse diagnóstico – é um exercício de paciência, ética e compromisso com a possibilidade de mudança. Com um manejo adequado e um espaço de escuta que acolha a dor sem reforçar o estigma, a psicanálise e as psicoterapias afins podem oferecer algo essencial: um lugar em que seja possível existir com menos angústia e mais continuidade, inteireza e esperança.

Referências

Manuais e Revisões Gerais

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

LIEB, K. et al. Transtorno de personalidade borderline. The Lancet, v. 364, p. 453-461, 2004. 

ZANARINI, M. C. et al. Curso longitudinal da psicopatologia borderline: acompanhamento prospectivo de 6 anos. American Journal of Psychiatry, v. 160, p. 274-283, 2003.


Genética, Neurobiologia e Epigenética

MEANEY, M. J.; SZYF, M. Programação ambiental das respostas ao estresse através da metilação do DNA: a vida na interface entre um ambiente dinâmico e um genoma fixo. Dialogues in Clinical Neuroscience, v. 7, n. 2, p. 103-123, 2005.

MINZENBERG, M. J. et al. Disfunção frontolímbica em resposta à emoção facial no transtorno de personalidade borderline: um estudo de ressonância magnética funcional relacionada a eventos. Psychiatry Research: Neuroimaging, v. 163, n. 3, p. 217-231, 2008.

SCHMAHL, C. et al. Imagem por ressonância magnética do hipocampo e da amígdala em mulheres com abuso infantil e transtorno de personalidade borderline. Psychiatry Research: Neuroimaging, v. 122, p. 193-198, 2003.

TORGERSEN, S. et al. Estudo com gêmeos sobre transtornos de personalidade. Comprehensive Psychiatry, v. 41, p. 416-425, 2000.


Trauma, Apego e Mentalização

FONAGY, P. et al. Regulação afetiva, mentalização e o desenvolvimento do self. Porto Alegre: Artmed, 2012.


Tratamentos Psicanalíticos Estruturados (TFP e MBT)

BATEMAN, A.; FONAGY, P. Transtorno de personalidade borderline: tratamento baseado na mentalização. Porto Alegre: Artmed, 2016. 

BATEMAN, A.; FONAGY, P. Seguimento de 8 anos de pacientes tratados com terapia baseada na mentalização. American Journal of Psychiatry, v. 165, p. 631-638, 2008.

CLARKIN, J. F.; YEOMANS, F. E.; KERNBERG, O. F. Psicoterapia para o transtorno de personalidade borderline: enfoque nas relações de objeto. Porto Alegre: Artmed, 2015. 

CLARKIN, J. F. et al. Avaliação de três tratamentos para transtorno de personalidade borderline: estudo multiwave. American Journal of Psychiatry, v. 164, p. 922-928, 2007.


Bom Gerenciamento Psiquiátrico (GPM)

GUNDERSON, J. G. Transtorno de personalidade borderline: um guia clínico. Porto Alegre: Artmed, 2014. 

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